13/11/23

Projeto do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), integrante da parceria com o CocoaAction Brasil apoiado pelo Fundo Vale dentro da estratégia de fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis e do projeto Cacau 2030, realiza capacitações de técnicos em sistemas agroflorestais com cacau. 

Em 2023, foram realizados pelo Imaflora treinamentos que buscam incentivar sistemas produtivos sustentáveis e a implantação de uma Unidade Demonstrativa em parceria com o Ideflor-Bio. Até agora, três encontros foram efetivados para técnicos da EMATER-PA, SENAR-PA, Cooperativas, Belterra Agroflorestal, ONGs e autônomos: o primeiro em pós-colheita, realizado em Altamira (PA), no mês de abril, para 20 participantes; o segundo, em viveiros eficientes e produção de mudas de cacau, também em Altamira (PA), em junho, para 30 técnicos; e o terceiro, em podas do cacau enxertado e híbrido, realizado em Medicilândia (PA), para 36 técnicos. 

A promoção de trabalho digno, aumento de eficiência e produtividade e o fortalecimento de conhecimento e assistência técnica e extensão rural (ATER) são eixos estruturantes do projeto Cacau 2030: uma iniciativa público-privada do setor de cacau, liderada pela CocoaAction e World Cocoa Foundation, com a premissa de acelerar o desenvolvimento sustentável da cadeira produtiva do cacau com foco em impacto positivo no campo. O Fundo Vale é um dos apoiadores do projeto, que, por meio de construção coletiva e colaboração de múltiplos parceiros, quer estruturar essa cadeia para superar gargalos, com ações direcionadas a produtores, cooperativas e técnicos.

“A estratégia de treinamento com foco em técnicos de campo tem por objetivo alcançar o maior número de produtores, uma vez que um(a) técnico(a) na região pode chegar a atender 100 produtores. Com isso, acreditamos que com conhecimento gerado, aplicado e treinado por especialistas nos temas, os técnicos conseguirão passar o conhecimento aos produtores para o dia a dia de suas atividades. Dessa forma, a cadeia produtiva de cacau será impactada continuamente nos diferentes territórios”, afirma Vitor França, coordenador de projetos e serviços do Imaflora e coordenador do Projeto Cacau 2030.

Na área de pesquisa, o Fundo Vale atua de forma integrada com o Instituto Tecnológico Vale (ITV) já tendo desenvolvido e aplicado um diagnóstico socioeconômico produtivo e fundiário em três municípios paraenses. A mesma metodologia foi utilizada pelo Imaflora nos treinamentos com os produtores para capturar informações de novas tecnologias para o fortalecimento da cadeia de valor da cacauicultura. Nessa frente, qualquer necessidade relacionada à pesquisa da produção sustentável de cacau é feita por meio de treinamentos pelo Imaflora, fazendo uma conexão entre o conhecimento gerado ou pesquisado pelo ITV e a contribuição ou participação dos produtores, que são quem atua na ponta.  

A estratégia de atuação do Fundo Vale sempre traz um conjunto de organizações importantes para o ecossistema. Aqui na cadeia de cacau, buscamos envolver o produtor, o pesquisador, as organizações representativas e o setor público a fim de promover a integração e a colaboração no setor. A Cocoa Action abriga o setor privado e as grandes chocolateiras, o Ideflor-bio representa o setor público, o Imaflora é um dinamizador que trabalha na ponta com os produtores e a Impacto atua no tema de promoção de trabalho justo. De forma transversal, relacionando-se com as partes interessadas, o Fundo Vale apoia financeiramente e colabora na gestão, no planejamento e na implementação das iniciativas“, explica Liz Larcerda, analista de parcerias do Fundo Vale. 

Destaque também para o treinamento do Manual de Implementação do Currículo de Sustentabilidade do Cacau também realizado este ano, em setembro, para mais de 80 participantes em 4 municípios distintos (Novo Repartimento, Marabá, Parauapebas e São Félix do Xingu), sob a responsabilidade do Imaflora. 

Apoiar iniciativas que buscam o fortalecimento do conhecimento e incentivam sistemas produtivos sustentáveis, não só nos negócios de impacto que apoiamos diretamente na Meta Florestal 2030 da Vale, mas também em outros territórios e/ou projetos, é como acreditamos que conseguiremos alavancar e fomentar a agenda em todo o território e, assim, mostrar que é possível atrelar a gestão de negócios agroflorestais aos sistemas que contribuam para serviços ecossistêmicos: produção de alimentos com a conservação do solo, da água e da biodiversidade, auxiliando também no enfrentamento da crise climática“,  ilustra Bia Marchiori, engenheira agrônoma do Fundo Vale. 

O objetivo dos treinamentos é apoiar produtores e técnicos envolvidos na cadeia de cacau, ampliando oportunidades para famílias locais, promovendo independência financeira e gerando renda para as comunidades locais.