12/12/23

Negócios fomentados pelo Fundo Vale potencializam soluções de impacto socioambiental positivo e conciliam a utilização consciente e integrada dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos.

Na transição para a bioeconomia, o Fundo Vale surge como um catalisador na promoção de alianças de impacto, reafirmando seu compromisso de impulsionar uma economia mais sustentável, justa e inclusiva, por meio de negócios de impacto socioambiental. Na 28ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima (COP 28), realizada em dezembro, nos Emirados Árabes, o Fundo Vale e seus parceiros intensificaram suas colaborações, delineando estratégias inovadoras e impulsionando esforços para enfrentar os desafios relacionados às mudanças climáticas, propondo o desenvolvimento de Soluções Baseadas na Natureza (SBN). A COP 28 foi significativa para o Fundo Vale porque tangibilizou sua trajetória e, mais uma vez, evidenciou o poder coletivo necessário para solucionar problemas socioambientais complexos e globais.

Embora a ênfase da edição estivesse no uso de combustíveis fósseis, o desafio discutido pelo Fundo Vale foi a escala de um modelo de desenvolvimento sustentável para manter a floresta em pé e restaurar áreas degradadas por meio de arranjos produtivos. Tudo isso para garantir a qualidade de vida das comunidades que dependem da floresta e contribuir significativamente para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Nesse sentido, iniciativas apoiadas pelo Fundo Vale propuseram, durante a conferência, discussões sobre SBN e investimento de impacto.

A sinergia entre a atuação do Fundo Vale e os objetivos de sustentabilidade da Vale

Além de participar do painel organizado pela Conservação Internacional junto à BTG, Re.Green, Mombak e Mastercard, “Ampliando soluções baseadas na natureza por meio de capital financeiro e inovação”, Malu Paiva, vice-presidente de sustentabilidade da Vale, também foi moderadora do painel “Modelos de negócios para ampliar a proteção e restauração florestal”, junto às lideranças da Caaporã, do Imaflora e da Belterra, parceiros do Fundo Vale que ajudam a escalar a recuperação florestal e a bioeconomia na Amazônia.

O Imaflora, parceiro da Meta Florestal 2030 da Vale (MF 2030 da Vale), avalia se os negócios escolhidos estão operando em conformidade com a legislação e com as melhores práticas ligadas à agricultura, aos sistemas agroflorestais e pastoris e às demandas sociais no período avaliado.

Caaporã, que recebe recurso do Fundo Vale no âmbito da MF 2030 da Vale para contabilizar os hectares recuperados, produz e disponibiliza no mercado produtos derivado do leite com a marca No Carbon Milk, primeiro leite carbono zero produzido no Brasil, sendo uma integradora das cadeias produtivas da avicultura, suinocultura, pecuária de leite e corte em sistemas agrossilvipastoris.

Já a Belterra, um dos principais negócios a comprovar alternativa sustentável para o alcance da MF 2030 da Vale, já recuperou cerca de 1.800 hectares desde 2020. Nesse contexto, muitos arranjos já estão em fase de implementação, como os Sistemas Agroflorestais (SAFs) gerenciados pela Belterra, que têm apontado um caminho eficiente para contribuir com o modelo produtivo nos polos cacaueiros Amazônico, Xingu e Carajás.

No painel, foi debatido como explorar os desafios existentes e as oportunidades para toda a cadeia de valor de produtos da floresta, incluindo demanda, financiamento, PD&I e mão de obra. Entretanto, como explicou Malu, restaurar e proteger a floresta não é suficiente, “é necessário desenvolver mercados consumidores em escala e cadeias logísticas para absorver o que é produzido pela floresta e garantir renda para as comunidades locais”.

O Fundo Vale faz isso há 14 anos: fomenta uma nova realidade econômica ao investir no desenvolvimento de negócios, na geração de conhecimento e em arranjos financeiros voltados à conservação e recuperação de biomas, com especial atenção para a Amazônia. No Relatório de Impacto 2022, é possível entender a consistência das iniciativas apoiadas e investidas no último ano.

Governo do Pará e Vale assinam protocolo de intenção para a recuperação florestal de 10 mil hectares até 2030

Durante o painel sobre “Sistemas de alimentação e agricultura regenerativa da COP29 à COP30”, promovido pelo estado do Pará, foi apresentado o plano do estado e um protocolo de intenções, assinado pelo governo paraense, pela Vale e pelo Fundo Vale.

O objetivo do protocolo é fortalecer a Plataforma Territórios Sustentáveis, com foco em apoiar soluções comerciais de recuperação produtiva em propriedades cadastradas de até 10.000 hectares até 2030. Além disso, o acordo oferece suporte à operacionalização e governança da plataforma com recursos para potencialização do impacto, fomento à conexão entre atores privados, públicos, academia e sociedade civil, apoio para a disseminação e intercâmbio de conhecimento, entre outras atividades correlatas.

Conectar atores de diferentes nichos para a ampliação do impacto da atuação do módulo de inteligência territorial (MIT) – entre outras ações de suporte à ampliação do impacto em recuperação e proteção de florestas no Pará – é uma das principais exigências dessa aliança.

Fundo Vale assina Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas

Vale destacar: o Fundo Vale assinou o Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), que faz parte do movimento internacional #PhilantropyForClimate, apresentado em um evento na COP28. “Seu objetivo é servir como uma plataforma comum de ação, aprendizado e coordenação de esforços da filantropia brasileira na ação climática. A adesão dos filantropos e investidores sociais brasileiros à agenda climática acompanha o movimento global do setor, com destaque para as especificidades do nosso país e do Sul Global”, destaca o documento.

Estruturado em oito eixos de ação, o compromisso prevê medidas direcionadas à educação e aprendizagem sobre:

1. causas, impactos e soluções sistêmicas das alterações climáticas e as implicações para o trabalho;

2. alocação de recursos financeiros e esforços para acelerar a mitigação das mudanças climáticas;

3. visão sistêmica de iniciativas para um mundo com emissões líquidas zero;

4. patrimônio, fundos e ativos financeiros para a redução dos impactos das mudanças climáticas;

5. medidas para minimizar o impacto climático de operações desenvolvidas pelo próprio setor filantrópico;

6. articulação, influência e advocacy para atuação articulada e colaborativa;

7. posicionamento e identidade/singularidade para diversificar e complementar visões e abordagens na agenda climática;

8. aprendizado contínuo e transparência nas ações realizadas.

Sistemas inovadores de pecuária catalisados por investimentos pioneiros lastreados em carbono

Sob a perspectiva de uma organização de investimento de impacto com foco no desenvolvimento de instrumentos financeiros não convencionais, Gustavo Luz, diretor do Fundo Vale, participou de uma discussão sobre como sistemas inovadores de pecuária, catalisados por investimentos pioneiros lastreados em carbono, podem acelerar a transição para uma produção de carne bovina com baixo carbono no Brasil, junto à Caaporã, CGIAR/CIAT, Ecosecurities e ao Imaflora. Este último, responsável por desenvolver essa nova metodologia no âmbito do padrão Verra, está aplicando esse projeto-piloto dentro da MF 2030 da Vale, em uma área com a Caaporã, em Tocantins.

Gustavo enfatizou a oportunidade de associar metas corporativas de restauração de ecossistemas com a implantação de sistemas integrados de produção agrossilvipastoris e, ainda nessa pauta relacionada à pecuária, ressaltou a aposta do Fundo Vale no modelo produtivo de intensificação da pecuária proposto pela Caaporã.

“Nos últimos anos, investimos no projeto, inovando nos modelos de financiamento, mirando em modelos de blended finance e em modelos que utilizam créditos de carbono como ativos do negócio. Para isso é fundamental existir metodologias que garantam a existência e robustez dos créditos. Nesse sentido, não só financiamos a Caaporã como também apoiamos o desenvolvimento da nova metodologia de carbono em fase de desenvolvimento, em parceria com o Imaflora e a Caaporã”, explicou Gustavo.

Fortalecendo alianças para enfrentar as urgências climáticas no Brasil

Registramos, ainda, ações da Climate Ventures, que lançou a Plataforma Onda Verde em encontro organizado juntamente ao Pacto Global, uma rede de soluções para acelerar a transição ao mundo carbono zero no Brasil. A plataforma vai conectar quem oferece e quem procura soluções de transição, com o objetivo de alavancar negócios verdes no país.

Já a Courageous Land participou do GBB100, programa inovador de aceleração de negócios verdes da McKinsey & Company em colaboração com a COP28.

A Sitawi Finanças do Bem, representada por Fernando Campos, gerente de finanças de conservação e clima, e Leonardo Letelier, CEO, participou de discussões com temas-chave sobre financiamento climático e o mercado de carbono global.